CONSELHO REGIONAL DOS DESPACHANTES DOCUMENTALISTAS DO CEARÁ

Notícia


Quinta, 23 de Junho de 2016, 08:17 h

Como se avalia a eficiência de um sistema de transporte coletivo urbano?

 No Brasil os modais de transporte coletivo, especialmente os feitos por ônibus, são constantemente criticados pela população e imprensa especializada. Por sua vez, o poder público e os empresários encontram argumentos que justificariam seu modos operandi afirmando que suas praxes oferecem eficácia no atendimento. Sob qual perspectiva então, se deve avaliar o transporte? Dos empresários, dos governos ou dos usuários?
A lei é o ponto de vista de avaliação, com o qual o sistema é considerado sobre o cumprimento daquilo que foi proposto no processo de licitação; A comparação com outras praças, é o modo de se observar o sistema julgando-o a partir de outras realidades similares; E finalmente a perspectiva do usuário, que na verdade deve vir em primeiro lugar.
Seria necessário avaliar se o proposto na lei é, na realidade, o que a população realmente necessita. Do contrário podemos ter um sistema que contemple as exigências do processo licitatório, mas não alcance de fato a necessidade dos usuários. É preciso acrescentar que cada cidade possui, apesar da possibilidade de populações semelhantes, muitas particularidades que tornam seu modelo de transportes urbanos algo quase que único.
A avaliação a partir da ótica de quem o utiliza, traria informações importantes sobre o dinamismo do sistema que devem ser levados em consideração como pontualidade, confortabilidade, agilidade, itinerância, oferta e valor da tarifa. Observando-se o modal de transporte coletivo por ônibus sob essa ótica, a do usuário, dificilmente encontraríamos sistemas a contento no Brasil.
Na realidade o usuário tem de se submeter. Não é apenas em Vitória da Conquista mas no país, salvo casos pontuais, o transporte coletivo é péssimo, precário e sobrevive praticamente sem investimentos públicos com o valor da tarifa, na maioria das vezes, sendo calculado somente a partir da taxa de utilização dos passageiros, com pouquíssimo ou nenhum subsídio para pneus, folha de pagamento, combustíveis, aquisição de veículos e tudo mais que pudesse receber incentivos que potencializassem a produtividade e qualidade do serviço, além de uma infraestrutura viária que não privilegia o transporte por ônibus, que geralmente, tem o tempo comercial prejudicado por ser obrigado a “dividir” espaço com o transporte particular. Colaborou César Damasceno.